quarta-feira, 16 de julho de 2014

MAIS SOBRE ÁFRICA NA ESCOLA



http://revistaescola.abril.com.br/geografia/pratica-pedagogica/africa-nao-pais-sim-continente-511559.shtml



Mais sobre África na escola
ESPECIAIS
REPORTAGENS

A CULTURA NEGRA EM SALA DE AULA





LITERATURA AFRICANA
http://revistaescola.abril.com.br/consciencia-negra/literatura-africana.shtml

Aproveite a obra de cinco escritores africanos – Mia Couto, Pepetela, Ondjaki, Nadine Gordimer e Naguib Mahfouz – para ensinar mais sobre a cultura e a história da África aos alunos


Orientações e Ações para a Educação 
das Relações Étnico-Raciais
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/orientacoes_etnicoraciais.pdf


A África não é um país, e sim um continente

http://revistaescola.abril.com.br/geografia/pratica-pedagogica/africa-nao-pais-sim-continente-511559.shtml

Isso parece óbvio, mas não é. Muitos falam do continente como se fosse uma região homogênea habitada por um único povo


O que foi o Apartheid na África do Sul?


http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/foi-apartheid-africa-sul-533369.shtml

Educação não tem cor

http://revistaescola.abril.com.br/formacao/educacao-nao-tem-cor-425486.shtml


Com discussões e projetos bem elaborados, é possível combater o preconceito racial que existe, sim, na escola. Está nas suas mãos, professor, o sucesso dessas crianças, negras e brancas, como alunas e cidadãs



O QUE NOS UNE TAMBÉM NOS EXPLICA: o ensino da história e cultura afro-brasileira


Disponível:

http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/palavra-de-especialista-explica-ensino-historia-cultura-afro-brasileira-749774.shtml?page=0


Estudantes e livros didáticos muitas vezes trazem visões estereotipadas sobre a história dos países e dos povos africanos. Desafio para os professores é investir na própria formação e criar ações que apresentem aos alunos novos elementos para as reflexões sobre o tema,


CONSCIÊNCIA NEGRA O ANO TODO

Disponível:
http://revistaescola.abril.com.br/consciencia-negra/



http://revistaescola.abril.com.br/template-busca.shtml?cx=013641630648223716833%3Aptvgwbjonle&ie=UTF-8&q=consciencia+negra+o+ano+todo&sa=


http://revistaescola.abril.com.br/consciencia-negra/index.shtml

Especial Consciência Negra


http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/video-fotografias-escravidao-revelam-visao-negros-periodo-760733.shtml


Novembro é o mês da consciência negra, mas relações raciais e o respeito à diversidade devem ser trabalhados o ano todo. Confira como tratar essas questões neste especial com mais de 35 textos. Boa leitura!


POR QUE JOVENS DE 15 A 17 ANOS ESTÃO NA EJA

Conheça os motivos que fazem com que adolescentes estudem na Educação de Jovens e Adultos

Disponível:

http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/jovens-15-17-anos-estao-eja-639052.shtml

Ilustração de Fabrícia Batista com fotos de Benonias Cardoso, Gustavo Lourenção, Janduari Simões, Marcelo Almeida e Raoni Maddalena
Elisângela Fernandes (novaescola@fvc.org.br). Colaboraram Anderson Moço, de Juazeiro do Norte, CE, Aurélio Amaral, de Sertãozinho, SP, Beatriz Vichessi, de Marabá, PA, Rodrigo Ratier, de Teresina, PI, e Verônica Fraidenraich, de Curitiba, PR

1ª SEGMENTO - ANOS INICIAIS - TODAS AS DISCIPLINAS

PLANOS DE AULA
Disciplina: MATEMÁTICA

Matemática salarial
Anos: 4º e 5º
Disponível: 
http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/matematica-salarial-428992.shtml
Objetivos 
- Refletir sobre as operações de adição e subtração e saber como relacioná-las. 
- Ler e preencher tabelas. 
- Esclarecer dúvidas sobre descontos e acréscimos ao salário. 

Conteúdos 
- Números e operações. 
- Campo aditivo. 

Anos 
4º e 5º. 

Tempo estimado 
Duas aulas. 

Material necessário 
Cópias do modelo de contracheque.
·         Tudo sobre Alfabetização
·         Especial Cálculo Mental

Desenvolvimento 
PREPARAÇÃO Redija um modelo de contracheque que seja próximo da realidade de seus alunos. O ideal é que ele contenha tanto acréscimos quanto deduções do salário bruto (veja uma sugestão abaixo). Deixe em branco o nome do empregado, o da empresa e o resumo dos rendimentos. 

1ª etapa 
Inicie a atividade debatendo a função do contracheque. Explique que se trata de um documento em que a empresa especifica o ordenado bruto do funcionário, as deduções (de Imposto de Renda, INSS) e os acréscimos (salário-família, horas extras, gratificações). Passeie pela nomenclatura: o que significa cada linha? A que mês o recibo se refere? Pergunte aos alunos que trabalham como é o contracheque deles - tomando o cuidado de não criar constrangimento, uma vez que muitos trabalham na informalidade. Aparecem outros itens além dos apresentados?

Flexibilização para deficiência visual (baixa visão, uso de óculos e lupa) 
Apresente ao aluno o documento em tamanho ampliado e/ou projete-o em data show.

2ª etapa 
Divida a turma em grupos de quatro alunos e peça que calculem o total de vencimentos. Observe as estratégias utilizadas para resolver o problema e selecione quais delas quer colocar em discussão. Pergunte quais são as vantagens e as desvantagens dos métodos utilizados. Repita o procedimento para obter a soma dos descontos e o valor líquido a receber. 

3ª etapa 
Proponha à classe o seguinte enunciado: "O trabalhador que recebeu este salário precisa pagar as seguintes despesas: alimentação: 160 reais; água: 29 reais; luz: 50 reais; aluguel: 170 reais; prestação de um rádio: 40 reais. Qual é o total de despesas a pagar? Quanto sobra do salário?" Dessa vez, deixe cada um trabalhar individualmente. Discuta novamente as estratégias de resolução.

Flexibilização para deficiência visual (baixa visão, uso de óculos e lupa) 
Organize um trio que vá favorecer sua maior participação. Observe o trabalho do grupo e faça intervenções conforme perceber que ele necessita de mais conhecimento para interagir com a discussão.

Avaliação 
Examine os cadernos, verificando as estratégias utilizadas e a forma de registro do cálculo de cada aluno. Para os que não escreveram nada, peça que explicitem verbalmente o caminho feito "de cabeça" e vá anotando conforme falam. 

Modelo 
EMPRESA: __________________________________ 
RECIBO DE PAGAMENTO DE SALÁRIO - REF: AGOSTO/2008 
FUNCIONÁRIO: _____________________________ 
CARGO: ____________________________________


DESCRIÇÃO
VENCIMENTOS
DESCONTOS
SALÁRIO
458,00
---
ALIMENTAÇÃO
130,00
---
TRANSPORTE
---
27,00
INSS
---
50,00
TOTAL DE VENCIMENTOS


TOTAL DE DESCONTOS


LÍQUIDO A RECEBER




1. Vídeos sobre Alfabetização
2. Reportagens e entrevistas
3. Planos de aula
Consultoria: Priscila Monteiro
Selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10. .

Consultoria: 
Equipe pedagógica da área de Matemática em EJA do Colégio Imaculada Conceição, em Belo Horizonte.

EJA: idosos de volta à escola

Ao retomar os estudos, eles se socializam, aprendem conteúdo e ganham independência

 Camila Camilo (camila.camilo@fvc.org.br)

Disponível:


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Jacira Pereira de Jesus, de Salvador, Marilisa Silva, de Vitória, e Cícero Pereira de Souza, de Ibiapina, a 360 quilômetros de Fortaleza, possuem, ao menos, duas coisas em comum: têm mais de 60 anos e são estudantes (leia os depoimentos nas páginas seguintes). Os idosos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) - que representam cerca de 3% das matrículas do segmento no país, segundo o Censo Escolar 2012 - fazem parte de uma parcela da população que não teve oportunidade de frequentar a sala de aula na idade certa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 10 milhões de brasileiros nessa faixa etária não sabem ler ou escrever. 

O perfil sociodemográfico dos idosos brasileiros, elaborado pela Fundação Perseu Abramo e pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) em 2007, detalha melhor o cenário. Segundo o estudo, o analfabetismo funcional atinge 49% das pessoas acima de 60 anos. Entre elas, 18% não tiveram Educação formal e 89% não concluíram o Ensino Fundamental. "Alguns até tiveram acesso à escola, mas a frequentaram de forma esparsa por causa de dificuldades como a distância, a necessidade de ajudar no trabalho rural e doméstico, a desconfiança dos pais e medo do professor, mas não concluíram os estudos", explica Maria Margarida Machado, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG). 

Já na vida adulta, a obrigação com a família é uma das razões para adiar o retorno às aulas. Na terceira idade, essas responsabilidades diminuem: os filhos estão criados e a disponibilidade de tempo é maior, por causa da aposentadoria.
Conteúdo relacionado
Novas aprendizagens, novos horizontes 

INFORMÁTICA NA EJA: sugestão de atividade para iniciantes

Disponível:

 | Sem categoria
Na EJA, muitos estudantes ainda não dominam a tecnologia. | Foto: karelnoppe/ Shutterstock
Alguns professores relutam em utilizar a informática em suas aulas porque consideram que ela “mais atrapalha que ajuda”. Ainda hoje, muitos alunos têm dificuldades em utilizar o computador. E o aparelho, que deveria facilitar uma tarefa, acaba complicando-a.
No caso da EJA, é verdade que vários alunos não têm familiaridade com a tecnologia e que a maioria das turmas não tem tempo nem condições de fazer um estudo longo e sistematizado. No entanto, penso que é possível o professor realizar um trabalho significativo, mesmo que de curta duração. Vou descrever neste post uma atividade que costumo realizar com meus alunos do 7º ano dentro das aulas de Ciências.
Proponho que façam uma pesquisa na internet sobre doenças relacionadas à alimentação, tais como anemia, ascaridíase e diabetes, entre várias outras. Em trios, eles devem procurar as respostas para as seguintes perguntas:
- Qual a causa da doença?
- Quais os sintomas da doença?
- Qual o tratamento para a doença?
- Como é possível se prevenir da doença?
Os alunos têm apenas três aulas para fazer a pesquisa sobre uma das doenças e preparar uma pequena apresentação oral (clique aqui para ler um post anterior sobre o assunto).
Objetivos
Essa atividade pode parecer simples demais para quem está acostumado a usar a internet. No entanto, se pensarmos com atenção, para realizá-la um aluno precisa saber:
- Ligar o computador.
- Manipular o mouse e o teclado.
- Conseguir acessar um navegador de internet.
- Realizar uma pesquisa usando um mecanismo de buscas, como o Google.
- Avaliar os sites que aparecem como resultado da busca e escolher o que lhe parecer mais confiável ou completo.
- Acessar o site de interesse e encontrar as informações desejadas.
- Copiar, salvar ou imprimir as informações selecionadas.
Embora esses procedimentos pareçam óbvios e extremamente simples, eles não são triviais para quem está iniciando no mundo digital. É importante explicar como se vai de um site a outro na internet, a lógica de se usar uma palavra-chave para pesquisar e até mesmo diferenciar os elementos de uma página, como menu, conteúdo, propagandas e comentários.
Acompanhando os alunos nessa atividade, percebo que vários deles conseguem pequenos avanços, proporcionados principalmente por colegas que sabem mais. Aliás, o trabalho em grupo aqui é fundamental! É importante cuidar para que os alunos que têm pouca familiaridade não fiquem “encostados” e tenham a chance de operar o computador.
Sabemos que não é uma atividade isolada que vai resolver o problema, mas penso que se os estudantes perceberem que o computador pode ser uma ferramenta útil para, por exemplo, saber mais sobre uma doença, podem sentir-se motivados a aprender mais.
Percebo que ao longo dos anos cada vez mais alunos chegam à escola dominando esses procedimentos básicos. Com isso, as pesquisas ficam mais eficientes, e os alunos podem investir mais tempo explorando os conteúdos.

E você, realiza algum trabalho na EJA que envolve informática? Quais as dificuldades que enfrenta? E quais as vantagens? Compartilhe conosco!

UMA PAUTA ESTRUTURADA AJUDA A PLANEJAR O TEMPO E É UMA APRENDIZAGEM PARA O COORDENADOR



Bom roteiro
Aqui, o propósito de cada item que compõe a pauta de formação


Disponível:

Aurélio Amaral (gestaoescolar@fvc.org.br)



COMO LIDAR COM O TEMPO ESCASSO NA EJA

Disponível:

 | currículo
Vilmar Oliveira
A questão do tempo deve ser o assunto que mais preocupa alunos e professores da Educação de Jovens e Adultos.
No nosso sistema educacional, a duração da EJA é exatamente a metade da do ensino regular. Cada ano do sistema convencional corresponde a um semestre na EJA.
Isso significa que todos os aprendizados que os estudantes do ensino regular conquistam em um ano têm que ser alcançados por nossos alunos em apenas seis meses. O Ensino Fundamental, que é percorrido normalmente em nove anos, deveria ser concluído por nossos alunos em quatro anos e meio. Nesse período, o aluno deveria alfabetizar-se, aprender procedimentos matemáticos fundamentais, apropriar-se de uma variedade de conteúdos de História, Geografia, Ciências…
Isso soa como uma contradição, pois muitos alunos da EJA precisam, na realidade, de mais tempo que os do ensino regular para aprender tantos conteúdos.
Tudo isso é agravado se imaginarmos que, na rotina da maioria dos estudantes da EJA, não há tempo para fazer lição de casa ou qualquer atividade fora da escola. E pior: a vida que eles levam, em muitos casos, os obriga a faltar nas aulas, reduzindo ainda mais o tempo que temos com a turma.
O tempo é pouco. O que fazer?

Você também vive esse problema do tempo escasso na EJA? Como você conseguiu minimizar esse problema? Compartilhe conosco as suas dicas!

ATIVIDADES SOBRE AIDS NA EJA: esclarecer dúvidas e quebrar preconceitos

Dispo nível:

 | sala de aula
Nos últimos anos, disseminou-se a ideia de que a Aids não é mais um problema importante. Já ouvi de meus alunos da EJA o seguinte comentário: “se não há mais propaganda sobre Aids, é sinal de que ela não é mais tão perigosa”.
Isso é falso. Dados recentes mostram que o vírus HIV continua se disseminando na população, especialmente entre os mais jovens e pessoas com mais de 60 anos. Essa informação mostra que a escola continua sendo um importante front de combate ao vírus e à discriminação contra os soropositivos.
Para abordar esse assunto com os alunos da EJA, sugiro partir justamente desse segundo aspecto: a discriminação. Conhecendo pequenos casos, os estudantes deverão julgar se a reação de cada personagem é uma ação preventiva legítima ou se é uma ação preconceituosa, baseada em desinformação.
Algumas sugestões:
CASO 1: Um jogador de futebol pediu demissão ao descobrir que um companheiro de time possuía o vírus HIV. Ele disse: “Tenho medo de pegar Aids no vestiário”.
CASO 2: Uma garota terminou o namoro depois de descobrir que o namorado usava drogas injetáveis. Ela disse a uma amiga: “Não quero correr o risco de pegar o HIV por tabela”.
CASO 3: Uma criança contraiu o vírus HIV, durante o parto, de sua mãe portadora do vírus. A criança leva uma vida normal: hoje tem oito anos e está no 2º ano. A mãe de uma de suas colegas, ao saber disso, retirou imediatamente o seu filho da escola. “Não quero que meu filho pegue Aids enquanto estuda”, ela pensou.
Os casos 1 e 3 representam ações desinformadas e preconceituosas, pois o HIV não é transmitido no contato social ou em ambientes como o vestiário. Alguns estudantes podem argumentar que acidentes com sangramento podem representar um risco, mas pode-se replicar que, caso a escola ou o time estivessem bem informados, poderiam ser tomadas precauções adequadas.
Já o caso 2 pode ser visto como uma ação legítima de prevenção, já que o HIV pode ser transmitido por contato sexual ou de agulhas contaminadas com sangue.
Esses casos hipotéticos são o ponto de partida para uma discussão sobre a doença e sobre o grau de informação que as pessoas têm sobre ela.
Com base nas concepções que os alunos revelarem nessa atividade, o professor (ou uma equipe interdisciplinar) poderá encaminhar diversas propostas:
- Explicar as formas de contágio do HIV (veja mais informações);
- Tratar com mais profundidade o que é o vírus e sua forma de atuação no corpo (veja mais informações);
- Lidar com a questão da contaminação em diferentes faixas etárias (este vídeo traz dados sobre a terceira idade; este outro, sobre jovens);
- Examinar dados da epidemia de AIDS no mundo (veja este infográfico).
- Abordar o tratamento com coquetel de medicamentos anti-HIV e a qualidade de vida dos usuários (veja este vídeo).
É importantíssimo que nós professores tenhamos clareza de que esse não é um problema somente da área de Ciências, que tradicionalmente assume os conteúdos relacionados à saúde. Dependendo do enfoque escolhido, esse conteúdo pode ser abordado por qualquer área do conhecimento.
Uma excelente fonte de pesquisa sobre AIDS/HIV é o portal do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, mantido pelo Ministério da Saúde. Outra fonte importante, que aborda questões ligadas à sexualidade, é o Programa de Sexualidade Humana da Universidade Federal de São Paulo.
O endereço do vídeo: 
Como você trabalha esse assunto em suas aulas, professor? Deixe sua sugestão ou comentário!
Campanha Atitude Abril Aids - Desinformação Tem Cura!






CUIDADOS AO SE COMUNICAR COM ALUNOS JOVENS E ADULTOS

Disponível: 

25 de junho de 2014 às 17:53 | sala de aula
Na escola onde trabalho, conta-se uma história já folclórica sobre um professor que tentou elogiar o trabalho de uma estudante, mas não teve muito sucesso. Segundo essa história, a aluna estava enfrentando várias dificuldades para realizar uma atividade e teve que refazê-la várias vezes. Na última vez, o professor lhe disse: “Seu trabalho ficou tão bom que só me resta rasgar elogios!”.
A aluna imediatamente começou a chorar: “Puxa vida, professor, me esforcei tanto para fazer o trabalho e agora você diz que vai rasgar?!”
Obviamente, a aluna não sabia que a expressão “rasgar elogios” era um  reconhecimento do bom trabalho que havia feito. Essa falha de comunicação deixou-a desanimada e fez com que o professor precisasse explicar o significado dessa expressão e reafirmar a qualidade do trabalho dela.
Minha motivação para escrever sobre a forma de nos comunicarmos com os alunos vem de uma situação que vivi recentemente. Após as apresentações de seminários em grupo, planejei uma aula para avaliar o trabalho em conjunto com os alunos. Nessa avaliação, evito apontar erros individuais e abordo problemas que foram recorrentes em todas as apresentações. Peço que os alunos comentem as apresentações, mas evitando apontar falhas específicas dos colegas, referindo-se sempre aos grupos. Minha intenção é evitar expor os estudantes, especialmente os que têm mais dificuldades, pois essa é uma das primeiras atividades do curso. Gosto desse tipo de avaliação porque os alunos mais desenvoltos ficam à vontade para falar do processo que viveram e das dificuldades que enfrentaram, deixando claro para os mais tímidos que os desafios são os mesmos para todos.
Uma das alunas estava extremamente ansiosa durante a devolutiva. A certa altura, ela perguntou: “mas professor, vou ser reprovada por causa dessa apresentação?”. Como achei que a pergunta poderia confundir os alunos sobre o principal objetivo da conversa, respondi: “Não se preocupe, você foi muito bem! Sua apresentação foi ótima!”. O que eu disse era realmente verdade e, com isso, ela se acalmou e pudemos continuar a discussão coletiva.
No entanto, alguns dias depois, outra estudante me procurou para falar sobre essa avaliação. “Professor, há alguns dias você elogiou aquela aluna, mas isso não foi bem encarado pela classe. Vários alunos foram bem na apresentação e você não falou nada. Foi uma postura muito injusta da sua parte”, ela disse.
Fiquei absolutamente surpreso com a conversa. Não achei que um comentário superficial, feito de maneira casual, apenas para acalmar uma aluna e dar continuidade à discussão, pudesse causar tanto desconforto em outros estudantes. As palavras que a aluna usou me fizeram pensar se de fato eu havia cometido alguma injustiça.
O que a levou a reclamar tão enfaticamente? Ciúmes da colega que foi elogiada? Necessidade de atenção? Será mesmo que fui injusto? Será que esse foi um sentimento geral da classe ou exclusivo da aluna que reclamou? Confesso que até hoje não sei muito bem o que a motivou.
Quais as lições desse episódio? Para mim, ficou a ideia de que tenho que ter ainda mais cuidado com o que digo aos alunos. Mesmo comentários feitos despretensiosamente podem acabar desgastando as relações em sala de aula e complicando a tarefa como professor.
Sabemos que, em qualquer nível de ensino, o educador pode representar uma autoridade importante, inclusive para tratar de assuntos que vão além dos conteúdos escolares. Não é raro observar alunos que reproduzem falas ou posturas de professores, ou que pedem conselhos aos docentes sobre assuntos extraclasse.
Quando lidamos com jovens e adultos, o cuidado pode ser ainda maior. Alunos da EJA costumam atribuir muito valor aos comentários dos professores e uma palavra mal encaixada pode fazer estragos bem grandes, podendo levar a problemas de relacionamento na sala de aula, abalos na autoestima dos estudantes e até influenciar a desistência da escola.
Você já viveu situações como essa, professor? Como evitá-las?

FILMES PARA ESTIMULAR DEBATES COM JOVENS E ADULTOS



Disponível: 

2 de julho de 2014 às 11:00 | sala de aula
Aproveito a chegada desse mês de julho, em que muitos de nós estamos em recesso ou férias, para indicar alguns filmes nacionais que podem gerar discussões interessantes com os alunos. A seguir, algumas sugestões de filmes que já usei em sala de aula e acho bem adequados para a EJA:
Tapete Vermelho (Direção: Luiz Alberto Pereira | 2006 | 102 minutos | Brasil): É a história divertida de um caipira paulista que resolve, nos dias atuais, levar o filho para assistir a um filme do grande comediante Mazzaroppi no cinema. As aventuras e desventuras dessa família que sai do isolamento da roça em busca do cinema na cidade são emocionantes e engraçadas. É um bom filme para discutir as diferenças de costumes no meio rural e urbano, o choque cultural que os migrantes sofrem e as dificuldades na vida na cidade. Um aspecto que rendeu bastante discussão com meus alunos foi o papel que as curandeiras têm no mundo rural, em contraposição aos remédios industrializados do mundo urbano.
Besouro (Direção: João Daniel Tikhomiroff | 2009 | 95 minutos | Brasil): Narra os feitos do lendário capoeirista Besouro Mangangá, na Bahia do início do século 20. O filme expõe a triste realidade dos negros que continuavam sendo tratados como escravos mesmo após a abolição. É uma ótima maneira para iniciar discussões sobre a situação do negro no passado e no presente, além de alguns aspectos da cultura afro-brasileira, como a religião e a própria capoeira. O aspecto religioso foi um ponto de muita discussão entre meus alunos, o que acabou revelando preconceitos sobre as religiões de matriz africana, mesmo entre estudantes negros. O filme também abre possibilidades para conversar sobre a produção de açúcar, que até hoje é uma atividade econômica importante no Brasil.
Lixo extraordinário (Direção:  Lucy Walker e outros | 2010 | 99 minutos | Brasil): Documentário sobre a intervenção que o artista Vik Muniz, reconhecido internacionalmente, fez juntamente com os catadores de material reciclável no aterro do Jardim Gramacho (RJ), um dos maiores do mundo. O artista propõe a realização de obras em conjunto com os catadores, que não conhecem nada do mundo artístico. O filme abre portas para várias discussões interessantes: o consumo exagerado que dá origem ao imenso acúmulo de lixo que se vê no Jardim Gramacho; as discrepâncias entre dois mundos, o do artista e o dos catadores; o cotidiano e a organização dos catadores em uma associação profissional; o preconceito com o trabalho dos catadores; a questão do descarte de lixo e da reciclagem de materiais; a transformação na visão de mundo das pessoas por conta do contato com a arte. Há vários trechos em inglês, com legendas, o que pode requerer alguma mediação do professor.
Anjos do sol (Direção: Rudi Lagemann | 2006 | 92 minutos | Brasil): Conta a história de uma garota do interior do Brasil que é vendida pelos pais para um agenciador de prostitutas. É um filme que trata de temáticas delicadas e com enredo triste.  É um bom iniciador de discussões sobre gênero e sexualidade e pode ser usado para abordar questões como gravidez indesejada, exploração sexual infantil, tráfico de pessoas e violência contra as mulheres. Também trata das condições precárias de vida em certos locais do país, como nos garimpos. Apesar de gostarem do filme, meus alunos sentiram-se chocados e muitos se emocionaram; não é um filme que deixa as pessoas alegres. Não podemos esquecer que as várias situações de violência retratadas são comuns na vida de muitos brasileiros.
E você, professor, tem alguma sugestão de filme para usar nas aulas da EJA? Compartilhe conosco!