sexta-feira, 17 de abril de 2015

ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS: UMA LIÇÃO


COMO OS ADULTOS NÃO-ALFABETIZADOS PENSAM A LÍNGUA ESCRITA


COMO LER SEM SABER LER (Parte 1)


Publicado em 22 de mar de 2010




Sétimo vídeo do Módulo I do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), realizado pelo MEC em 2001. Neste trecho você vai ver uma reunião de planejamento, conduzida por Telma Weisz, na qual as professoras do grupo de referência do programa estão discutindo sobre como elaborar situações didáticas de leitura para alunos que ainda não sabem ler convencionalmente.

TRABALHO COM TEXTOS INFORMATIVOS NA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS









O DISCURSO DO EDUCADOR COM OS ALUNOS DA EJA


AS CONTRIBUIÇÕES DE PAULO FREIRE PARA A ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS


Trecho do vídeo do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), do MEC, no qual especialistas como Emilia Ferreiro, José Eustáquio Romão, Vera Barreto e Vera Masagão comentam como o trabalho de Paulo Freire contribuiu para o desenvolvimento da teoria e da prática da Alfabetização de Jovens e Adultos.

1ª FORMAÇÃO COM OS DOCENTES DA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

TEMA 1
“EJA - Educação de Jovens e Adultos:
História, Sujeitos, Alfabetização e Currículo”

O evento ocorreu no dia 10 e abril de 2015, na U. E. CAIC - Paulo Dacorso Filho - Seropédica / RJ, no horário de 18h00 às 21h30, com a participação de 57 docentes, das 9 (nove) Unidades Escolares que atuam com a Modalidade de Ensino EJA e 4 alunos de Graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ - Seropédica/RJ, do 7º período do Curso de Pedagogia (conforme quadro demonstrativo abaixo). Foi organizado e coordenado pelas Professoras Valéria Luíza Pereira e Patrícia Carvalho e o Professor Adriano Lopes Rosa, da Coordenação e Orientação Pedagógica da SMECE - Seropédica / RJ.
A formação de professores para a EJA é essencial para que haja uma educação de qualidade, pois somente desta maneira o educador será capaz de elaborar didáticas que resultem bons desempenhos em sala de aula, garantindo a permanência desses alunos na escola. Mostrando-os a importância de continuar seus estudos, a fim de que se tornem cidadãos críticos e reflexivos para que possam interagir de forma participativa na sociedade.
Foi ministrada a palestra: “As Políticas Públicas Educacionais e a Educação de Jovens e Adultos no Brasil”, com a Prof.ª Drª Adriana Alves Fernandes Costa - UFRRJ – Seropédica/RJ, onde foram abordados os seguintes assuntos:
1.                            EJA: Definições e ausências.
2.                            A Educação, a Escolarização e a Alfabetização de Adultos.
3.                            A Cultura dos Mínimos.
4.                            Educação Brasileira: Caráter elitista como marca que a constitui.
5.                            As Políticas Educacionais: Campanhas e interesses diversos.
6.                            Paulo Freire.
7.            A ausência da centralidade e valorização da aprendizagem do estudante da EJA.
8.                            Os sujeitos da EJA: Aluno (a) e professor (a)
9.                            Desafios
10.                         Juvenilização da EJA.
11.                         A guisa da conclusão: lugares tocados por comunhão.


A Educação de Jovens e Adultos de Seropédica é uma ação da Subsecretaria de Ensino da SMECE, sendo dirigida pela Subsecretária Eliana Cristina e Coordenada pelos Professores Adriano Lopes e Valéria Pereira e Orientada pela Professora Patrícia Carvalho.
A Coordenação e a Orientação Pedagógica da EJA agradece a todas as pessoas que estiveram presentes nesta 1ª Formação da EJA e em especial a Prof.ª Drª Adriana Alves Fernandes Costa pela maravilhosa palestra e pela competência de "entrar" e se identificar com cada um de nós: PROFESSORES DA EJA!


Tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.
Cora Coralina



PROGRAMAÇÃO / FOLDER

18h - Credenciamento

18h15min – Boas Vindas / Abertura
Equipe de Coordenação e Orientação Pedagógica da Educação de Jovens e Adultos SMECE - Seropédica / RJ
Prof. Adriano Lopes, Prof.ª. Valéria Luíza Pereira e Prof.ª. Patrícia Carvalho

18h20min – Planejamento / 2015:

  • Projeto Macro da SMECE:
“Aprendendo preservar, ensinando a viver”

  • Projetos Pedagógicos da EJA
Semestre de 2015:
“Água: Um bem econômico de valor vital para a nossa existência.”
Palestra nas Unidades Escolares no horário noturno.
2º Semestre de 2015:
“Educação Ambiental: Um caminho para a sustentabilidade.”

  • Formações SMECE / Informações
1º Semestre/2015:
TEMA 2:
“Metodologia: Capacitação por Áreas de Conhecimento na Educação de Jovens e Adultos”
  • Contextualização na EJA: Uma experiência em construção
  • Grupos de trabalhos com os eixos temáticos das discussões:
“Reavaliação e adaptações dos conteúdos mínimos 2015 – uma análise pedagógica no currículo da EJA (para 2016).

TEMA 3: Palestra:
“Dificuldade de Aprendizagem: Sob o olhar Psicopedagógico”
  • Calendário da EJA
1º  e 2º Semestres / 2015
(Disponíveis nas Unidades Escolares)

TEMA 4: Palestra
“Voz saudável, gente consciente!”

18h30min – Palestra:

“As Políticas Públicas educacionais e a Educação de Jovens e Adultos no Brasil”

Palestrante: Prof.ª Drª Adriana Alves Fernandes Costa – UFRRJ – Seropédica/RJ.

  1. EJA: Definições e ausências.

  1. A Educação, a Escolarização e a Alfabetização de Adultos.
- A Cultura dos Mínimos.

  1. Educação Brasileira: Caráter elitista como marca que a constitui.

  1. As Políticas Educacionais: Campanhas e interesses diversos.

  1. Paulo Freire.

  1. A ausência da centralidade e valorização da aprendizagem do estudante da EJA.

  1. Os sujeitos da EJA:
Aluno (a) e professor (a)
  1. Desafios

  1. Juvenilização da EJA.

  1. A guisa da conclusão: lugares tocados por comunhão.

21h30 – Encerramento

quinta-feira, 5 de março de 2015

Tempo de planejamento

Planejamento| Crédito: Shutterstock/ Montagem
O  início das aulas é o período em que os professores planejam o que vai acontecer ao longo do ano. É hora de avaliar o que aconteceu em experiências anteriores, preparando-se para repetir o que deu bons resultados e consertar o que não funcionou bem. O tempo para fazer isso é sempre curto e, muitas vezes, utilizamos mal. Dessa forma, listei a seguir alguns pontos que podem ajudar a pensar sobre o planejamento, visando aproveitar esse momento da melhor maneira possível:
Avalie o que já foi realizado
Caso você tenha a intenção de repetir com a turma nova um determinado trabalho feito anteriormente, é importante avaliar junto com a equipe da escola como ele transcorreu em anos anteriores e quais ajustes o tornariam melhor. Dessa forma, garanta um tempo do planejamento para a reflexão sobre o que aconteceu no passado, sinalizando claramente o que foi positivo e deve ser mantido e o que foi negativo e precisa ser repensado.
Antecipe o que pode acontecer
Sua experiência com turmas anteriores conta muito na hora de planejar. Ter uma noção de quanto tempo os alunos levam para fazer uma atividade, por exemplo, é algo valioso. Da mesma maneira, saber que propostas podem gerar conflitos e ter um repertório de possíveis soluções são antecipações que você pode e deve fazer para reduzir os problemas que vão aparecer pelo percurso. Imprevistos acontecem, mas é ótimo poder minimizá-los.
Inove
É o momento de pensar em novos projetos, temas que não foram abordados e colaborações entre disciplinas que ainda não tenham sido estabelecidas. Em minha opinião, esse é um dos melhores aspectos do planejamento, pois é a oportunidade de fazer coisas novas, o que sempre é muito motivador.
Replaneje em função da turma
Faça um planejamento antes de receber os alunos, mas não tenha receio de mudá-lo após conhecê-los de fato (leia aqui sobre como preparar um bom diagnóstico). Uma característica da Educação de Jovens e Adultos é a extrema heterogeneidade entre as turmas, portanto, o que deu certo no ano anterior pode não funcionar neste ano. Fique atento!
Já cheguei a deixar de lado uma sequência didática de várias aulas, que havia planejado com antecedência, porque senti que os estudantes não tinham interesse no assunto que ela abordava. Também já inseri atividades de aprofundamento em ocasiões em que a turma avançou mais rápido do que eu tinha previsto.
Não esqueça do tempo
A limitação número 1 da EJA precisa ser levada em conta. Novos projetos e inserções de atividades são muito bem-vindos se o objetivo é melhorar o curso, mas não podemos perder de vista que o tempo é limitado e que temos de nos ajustar a ele de forma realista. Há alguns anos, planejei um conjunto de atividades apenas contando o número de semanas, sem levar em conta os feriados. Resultado: percebi só em cima da hora que não teria o tempo que imaginava para finalizar o previsto e tive de cortar atividades que eu gostaria de ter mantido.
Se você vai estrear como educador da EJA , sugiro que leia aqui algumas dicas para quem nunca trabalhou nesse segmento. Pode ser que elas te auxiliem no planejamento.
E você, professor, tem alguma dica para ajudar a planejar seu curso na Educação de Jovens e Adultos? Compartilhe!

Diagnóstico inicial


Diagnóstico inicial | Crédito: shutterstock
O ano letivo começou e muitos professores assumiram turmas que não conhecem ainda. Com isso, existe o risco de partir de um ponto que os alunos já dominam e ser repetitivo ou, o que é pior, propor atividades que são muito difíceis para a turma. Vale lembrar que, na Educação de Jovens e Adultos, a proposta do ano anterior pode não funcionar bem neste ano, pois cada turma tem suas especificidades.
Quanto antes conhecer suas turmas, melhor para o trabalho docente. Daí a importância de desenvolver maneiras de descobrir, logo nos primeiros dias de aula, o que os estudantes sabem e o que precisam aprender.
Um professor polivalente, que acompanha a turma todos os dias, tem condições de fazer um diagnóstico mais extenso e determinar com mais precisão em que ponto estão os alunos e quais são os aspectos que merecerão mais atenção ao longo das aulas.
No Ensino Fundamental 2 e no Ensino Médio, por terem um tempo reduzido com os alunos, alguns educadores fazem provas de sondagem inicial. No entanto, esse nem sempre é o instrumento mais adequado, já que é muito pontual e focado em conceitos. O diagnóstico, além de levantar os saberes de cada um, deve ter a função de revelar quem são esses estudantes: como se comportam no ambiente coletivo, o que fazem quando há um problema que não conseguem resolver, se existe uma área que é especialmente problemática, entre outros fatores.
Para contornar o pouco tempo com a turma, uma saída é elaborar o diagnóstico de maneira coletiva, junto com os demais professores. Assim, enquanto um observa determinado aspecto, os colegas levantam outros, de forma que seja possível construir um panorama mais completo da classe nas reuniões pedagógicas.
O diagnóstico é um instrumento para definir um ponto de partida e facilitar o seu trabalho pedagógico. Caso seja bem elaborado, ele torna-se uma baliza com a qual você pode comparar o desempenho dos alunos ao final do semestre, identificando a evolução deles.
Algumas dicas que podem ajudá-lo na elaboração dessa ferramenta:
Enfoque procedimentos, para além dos conceitos – Os assuntos que você abordará mudarão ao longo do ano letivo, mas muitos procedimentos serão usados repetidamente – como os de leitura. Por essa razão, no início do trabalho, vale a pena usar uma atividade que exija leitura e escrita, que são essenciais para uma grande parte dos conhecimentos, e dar menos ênfase aos conceitos específicos da sua área.
Converse com outros colegas sobre a turma - Fazer um diagnóstico coletivo, com cada professor observando um aspecto da turma, permite conhecer os alunos de vários pontos de vista. Além disso, muitas informações preciosas podem ser obtidas com os colegas que já trabalharam com os mesmos alunos em momentos anteriores. Em ambos os casos, é fundamental reservar momentos das reuniões pedagógicas para essa troca de informações.
Procure conhecer o perfil da turma e de cada estudante – Um aspecto que é muito importante para o trabalho diz respeito à atitude individual e coletiva dos alunos nas aulas. A turma é participativa ou calada? Será que trabalhos em grupos funcionarão bem ou causarão mais conflitos que benefícios? Quem são os alunos de ritmo mais lento e que demandarão acompanhamento mais próximo? Quanto antes você puder responder essas perguntas, mais rápido conseguirá elaborar atividades que sejam efetivas para a turma.
E você, professor, realiza alguma atividade para conhecer suas novas turmas? Como faz para descobrir o que eles já sabem e como são como alunos? Compartilhe conosco!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Brasil, pátria educadora de Jovens e Adultos?

 | Sem categoria
Crédito: Shutterstock / Montagem
O discurso de posse da presidente Dilma Rousseff, reeleita para mais quatro anos à frente do governo federal, ainda repercute entre nós, professores, por conta do lema escolhido para o novo mandato: “Brasil, pátria educadora”. Se por um lado esse posicionamento parece sinalizar que a Educação será finalmente prioridade (algo longamente reivindicado), por outro, nosso instinto é – escaldados por décadas de descaso – desconfiar que possamos mais uma vez ficar somente no discurso, sobretudo no que diz respeito aos Jovens e Adultos.
Será que o slogan vale também para a EJA? Caso sim, precisaremos de um grande esforço para enfrentar de fato os problemas dessa modalidade de ensino. Isso é o que comprovam os dados:
Em termos de alfabetização, o país ainda precisa abrir espaço para que cerca de 13,3 milhões de brasileiros acima de 15 anos aprendam a ler e escrever, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para ter uma ideia do tamanho do problema, segundo o Censo Escolar 2013, há apenas cerca de 3,8 milhões de alunos matriculados na EJA. Isso significa que, para dar conta da população não alfabetizada, a oferta de cursos precisaria mais do que triplicar. Um desafio e tanto!
Ao considerarmos a Educação Básica como um todo, o buraco é ainda mais embaixo: cerca de 83 milhões de pessoas com 18 anos ou mais não concluíram o Ensino Fundamental ou o Médio, de acordo com o Censo Demográfico 2010, o que corresponde à quase metade dos brasileiros.
Em um país com déficits educacionais acumulados por anos, como o Brasil, volta e meia reaparece a discussão se deveríamos investir na EJA: Será que não seria mais interessante priorizar a Educação das crianças, que ainda têm toda a vida profissional pela frente? Esse investimento não “daria mais retorno”? É como se tivéssemos de escolher entre elas e os adultos. Esse argumento é empregado com frequência por alguns gestores para desencorajar investimentos no atendimento ao público mais velho.
Por outro lado, há quem defenda a EJA como uma ferramenta de formação de mão de obra mais qualificada. São comuns reportagens sobre empresas que não conseguem preencher as vagas de trabalho por não encontrarem profissionais suficientemente capacitados. Segundo essa perspectiva, acelerar a formação desses adultos é bom para os empregadores, para o governo e para os futuros funcionários, que conseguiriam melhores ocupações e salários.
Porém, anterior a qualquer debate, há outro aspecto ainda mais essencial, que é o do direito à Educação. Se, como afirma a Constituição Federal, todo brasileiro tem direito à Educação Básica, então o estado deve prover condições para que isso aconteça, mesmo no caso de quem não teve condições de estudar quando criança. Isso significa proporcionar uma situação propícia para que essas 83 milhões de pessoas estudem e concluam uma etapa de aprendizado que lhes é de direito.
Como escreveu o cientista político Daniel Cara, até agora nossa postura como país foi aguardar que as pessoas analfabetas envelheçam e, consequentemente, morram. A perspectiva da EJA como instrumento para prover o direito à Educação ainda não foi encampada historicamente no Brasil. Será que conseguiremos mudar essa postura? Seremos, de fato, uma pátria educadora para todos?