sábado, 6 de dezembro de 2014

MORADORES DE SEROPÉDICA PRESTIGIAM ESPETÁCULO DE DANÇA CONTEMPORÂNEA

1ª FORMAÇÃO COM OS DOCENTES DA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

TEMA 1
“EJA - Educação de Jovens e Adultos:
História, Sujeitos, Alfabetização e Currículo”

O evento ocorreu no dia 10 e abril de 2015, na U. E. CAIC - Paulo Dacorso Filho - Seropédica / RJ, no horário de 18h00 às 21h30, com a participação de 57 docentes, das 9 (nove) Unidades Escolares que atuam com a Modalidade de Ensino EJA e 4 alunos de Graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ - Seropédica/RJ, do 7º período do Curso de Pedagogia (conforme quadro demonstrativo abaixo). Foi organizado e coordenado pelas Professoras Valéria Luíza Pereira e Patrícia Carvalho e o Professor Adriano Lopes Rosa, da Coordenação e Orientação Pedagógica da SMECE - Seropédica / RJ.
A formação de professores para a EJA é essencial para que haja uma educação de qualidade, pois somente desta maneira o educador será capaz de elaborar didáticas que resultem bons desempenhos em sala de aula, garantindo a permanência desses alunos na escola. Mostrando-os a importância de continuar seus estudos, a fim de que se tornem cidadãos críticos e reflexivos para que possam interagir de forma participativa na sociedade.
Foi ministrada a palestra: “As Políticas Públicas Educacionais e a Educação de Jovens e Adultos no Brasil”, com a Prof.ª Drª Adriana Alves Fernandes Costa - UFRRJ – Seropédica/RJ, onde foram abordados os seguintes assuntos:
1.                            EJA: Definições e ausências.
2.                            A Educação, a Escolarização e a Alfabetização de Adultos.
3.                            A Cultura dos Mínimos.
4.                            Educação Brasileira: Caráter elitista como marca que a constitui.
5.                            As Políticas Educacionais: Campanhas e interesses diversos.
6.                            Paulo Freire.
7.            A ausência da centralidade e valorização da aprendizagem do estudante da EJA.
8.                            Os sujeitos da EJA: Aluno (a) e professor (a)
9.                            Desafios
10.                         Juvenilização da EJA.
11.                         A guisa da conclusão: lugares tocados por comunhão.







PROGRAMAÇÃO / FOLDER

18h - Credenciamento

18h15min – Boas Vindas / Abertura
Equipe de Coordenação e Orientação Pedagógica da Educação de Jovens e Adultos SMECE - Seropédica / RJ
Prof. Adriano Lopes, Prof.ª. Valéria Luíza Pereira e Prof.ª. Patrícia Carvalho

18h20min – Planejamento / 2015:

  • Projeto Macro da SMECE:
“Aprendendo preservar, ensinando a viver”

  • Projetos Pedagógicos da EJA
Semestre de 2015:
“Água: Um bem econômico de valor vital para a nossa existência.”
Palestra nas Unidades Escolares no horário noturno.
2º Semestre de 2015:
“Educação Ambiental: Um caminho para a sustentabilidade.”

  • Formações SMECE / Informações
1º Semestre/2015:
TEMA 2:
“Metodologia: Capacitação por Áreas de Conhecimento na Educação de Jovens e Adultos”
  • Contextualização na EJA: Uma experiência em construção
  • Grupos de trabalhos com os eixos temáticos das discussões:
“Reavaliação e adaptações dos conteúdos mínimos 2015 – uma análise pedagógica no currículo da EJA (para 2016).

TEMA 3: Palestra:
“Dificuldade de Aprendizagem: Sob o olhar Psicopedagógico”
  • Calendário da EJA
1º  e 2º Semestres / 2015
(Disponíveis nas Unidades Escolares)

TEMA 4: Palestra
“Voz saudável, gente consciente!”

18h30min – Palestra:

“As Políticas Públicas educacionais e a Educação de Jovens e Adultos no Brasil”

Palestrante: Prof.ª Drª Adriana Alves Fernandes Costa – UFRRJ – Seropédica/RJ.

  1. EJA: Definições e ausências.

  1. A Educação, a Escolarização e a Alfabetização de Adultos.
- A Cultura dos Mínimos.

  1. Educação Brasileira: Caráter elitista como marca que a constitui.

  1. As Políticas Educacionais: Campanhas e interesses diversos.

  1. Paulo Freire.

  1. A ausência da centralidade e valorização da aprendizagem do estudante da EJA.

  1. Os sujeitos da EJA:
Aluno (a) e professor (a)
  1. Desafios

  1. Juvenilização da EJA.

  1. A guisa da conclusão: lugares tocados por comunhão.

21h30 – Encerramento

APRESENTAÇÕES ORAIS, PROVAS E TRABALHOS: situações que estressam os alunos da EJA

 | avaliaçãocomportamentosala de aula

Aluna preocupada com as provas | Crédito: Montagem shutterstock
A maioria dos meus alunos tem grande apreço pela escola e gosta de frequentá-la. Muitos se empolgam com os novos aprendizados e valorizam não só as aulas, como também os eventos culturais e o fato de a instituição ser um espaço de socialização. Alguns deles, por exemplo, não têm oportunidade de conversar com a família ou com pessoas no trabalho, portanto os colegas de sala acabam sendo os únicos amigos. Contudo, apesar de prazerosa, a escola pode ser também estressante em determinados momentos.
Tradicionalmente, o final do semestre é um tempo de avaliações, finalização de tarefas e apresentações de fim de curso em grande parte das escolas. E há vários estudantes que não lidam bem com essas situações na Educação de Jovens e Adultos. Já vi casos de pessoas que ficam extremamente nervosas em dias de prova ou de apresentações de trabalhos. Particularmente, quando eu era estudante, não me sentia à vontade em participar de seminários, mas acabava encarando a dificuldade, como todos os meus colegas. Na EJA, no entanto, por se tratar de adultos, essas circunstâncias podem tornar-se muito delicadas.
Mencionei as apresentações orais em outro post e como elas são um grande desafio para as classes da EJA. Desde que comecei a lecionar nesse segmento, fiz esse tipo de proposta e, rapidamente, percebi que eram difíceis para alguns alunos. Apesar disso, sempre as mantive por considerar que os aprendizados eram maiores que os desconfortos. Até hoje, penso que os ganhos são, de fato, significativos, mas aprendi a ter mais cuidado com os receios, as vergonhas e até o pânico que acometem os estudantes.
Vivi muitas situações que evidenciaram esse receio por parte da turma, como alunos que faltavam em dia de apresentações ou de trabalho em grupo e que ficavam absolutamente travados ao fazer provas. Os dias que antecedem a explanação oral estão entre os mais estressantes para eles. Na véspera do seminário, aparecem alergias na pele, crises de pressão alta, dores de barriga, infecções urinárias, nervosismo excessivo, entre outros sintomas. É normal ficar doente de vez em quando, mas metade da classe adoecer na mesma semana supera toda a chance de acaso estatístico.
Preocupado com o efeito que essas atividades têm nos alunos, há alguns anos tenho tomado cada vez mais cuidado (leia aqui sobre a sensibilidade de alguns estudantes da EJA). Busco discutir com eles se vale a pena realizar essas tarefas. Será que os ganhos superam todo o estresse que aparece? A quase totalidade dos alunos diz que sim. Mesmo aqueles mais retraídos e que passam por mais obstáculos afirmam que o percurso é cheio de aprendizados.
Entretanto, já me deparei com alunos que desistem da escola por não suportarem tarefas em grupo e apresentações em público. Aparentemente, tomar a palavra pode ser penoso demais para algumas pessoas, que estão dispostas a jogar para o alto todos os benefícios da escola por conta dessas dificuldades. Há consequências ainda piores que a evasão. Recentemente, soube de um estudante que tentava abandonar o alcoolismo, mas teve recaídas justamente nos momentos em que tinha de falar em público na escola.
Por conta de episódios como esses, temos uma noção do tamanho da nossa responsabilidade ao propor atividades na EJA. Acredito que não se trata, obviamente, de abandonar um trabalho que é importante para a maioria dos alunos. Porém, é preciso traçar um caminho que seja menos árduo, com mais etapas intermediárias e mais acompanhamento para esses casos.
Você já vivenciou algo parecido em suas turmas? O que fazer?

ALUNOS HETEROGÊNEOS PEDEM DESAFIOS ESPECÍFICOS

Disponívelhttp://revistaescola.abril.com.br/blogs/eja/2014/11/25/alunos-heterogeneos-pedem-desafios-especificos/

 | avaliaçãocomportamentosala de aula
Crédito: montagem/shutterstock
No post anterior, apresentei um dilema muito comum nas classes de EJA: os conflitos gerados pela diferença de ritmos e de assiduidade entre os alunos. Muitos professores sentiram-se provocados a discutir o assunto e, a julgar pelos comentários feitos nas redes sociais e aqui no blog, essas diferenças não estão restritas à Educação de Jovens e Adultos.
De fato, a heterogeneidade está presente em qualquer situação que envolva seres humanos, e quem espera a uniformidade não deveria trabalhar com pessoas. Não adianta almejar que todos os alunos sejam iguais quando sabemos que eles não são. Existem diferenças de interesses, expectativas, habilidades, ritmos, entre muitas outras coisas. Em vez de negar essa realidade – que não vai mudar –, nós, professores, deveríamos assumi-la como ponto de partida e, mais que isso, aproveitá-la para potencializar o trabalho em sala de aula.
Seguindo esse ponto de vista, separar os alunos por desempenho se mostra pouco produtivo e antidemocrático. É preciso pensar em práticas pedagógicas que tirem proveito da variedade de que dispomos e que incluam em vez de discriminar. Mas como fazer isso?
Uma primeira saída é enxergarmos a Educação para além dos conteúdos conceituais e assumirmos que a escola também é espaço para desenvolver outros aprendizados, como a tolerância e a convivência, tratando-as como conteúdos a serem trabalhados em grupo. Isso não deve ser feito de maneira acadêmica, expositiva, com o professor explicando o que significa convivência, mas com os estudantes, de fato, convivendo.
Para ilustrar essa ideia, imaginemos um trabalho de pesquisa em grupo sobre o tema Diabetes. Existem, é claro, todos os conteúdos envolvidos e que desejamos que os alunos aprendam, a exemplo da função do pâncreas, do que é glicemia e do que é insulina. Porém, isso é apenas parte da tarefa, pois também queremos que eles conversem, realizem a pesquisa sem brigar, dividam as funções de maneira harmônica e se ajudem. Tendemos a valorizar demais a porção conceitual do trabalho, avaliando se chegaram às ideias academicamente aceitas, mas em grande medida ignoramos toda a interação que a pesquisa envolveu. Essa porção é bem mais difícil de avaliar.
Já que separar os alunos não é uma opção, vou contar como eu faço para lidar com as diferenças de ritmos e perfis em minhas turmas: com desafios específicos para cada estudante. Para isso, proponho uma tarefa clara e que esteja ao alcance do aluno naquele determinado trabalho. Por exemplo, para um digo que o desafio é revisar seu texto e evitar os erros de acentuação. Para outro, peço que relacione os conceitos. Para um terceiro, solicito que inclua a experiência dele de fora da escola no trabalho e assim por diante.
Com essa estratégia, minha intenção é que a atividade seja sob medida para cada perfil, ou seja, desafiadora, mas atingível. Dessa forma, é possível incluir outros objetivos além dos conceituais e fica mais fácil avaliar o desempenho da turma de maneira mais individualizada.  Também fica mais claro para o estudante o que se espera dele, fazendo-o observar seu próprio percurso e o que falta avançar. Esse procedimento, é claro, exige um conhecimento mais detalhado das turmas.
Para continuar no exemplo do post anterior, tanto a aluna rápida faltosa quanto a lenta assídua têm coisas a aprender na escola. Em uma situação que enfrentei recentemente, propus à estudante de ritmo mais lento que ficasse responsável por redigir apenas uma das respostas que o grupo deveria dar, enquanto os colegas fariam outras tarefas. Assim, disporia de bastante tempo. Isso diminuiu a ansiedade dela, que pôde seguir em seu ritmo para finalizar a redação. Do ponto de vista conceitual, não atingiu completamente o esperado, entretanto, houve um progresso inegável em termos de autonomia.
Com a rápida faltosa, tive uma conversa franca. Esclareci que suas ausências desestabilizavam o grupo, mas que percebia que ela compreendia rapidamente os conceitos envolvidos na pesquisa. Seu desafio, portanto, não poderia estar no campo conceitual. Para ela, a encomenda foi tentar faltar menos e organizar as tarefas do grupo no computador, buscando ensinar os colegas em vez de fazer por eles. Essa aluna mostrou-se mais comprometida nesse trabalho do que em outros e foi elogiada pelos demais por sua postura.
Nesse contexto, as duas alunas eram do mesmo grupo e ambas foram avaliadas positivamente nos aspectos em que progrediram, mas não deixei de sinalizar que existiam pontos a melhorar. Mais do que uma nota, as estudantes receberam uma devolutiva que as fez observar o percurso delas e apontou caminhos para avançarem.
Para elas, nesse trabalho em particular, minhas encomendas funcionaram. Não sei se funcionarão em um próximo. Usando um chavão docente: não existe receita. O que existe é reflexão e ação.
E você, professor, o que pensa sobre isso?
P.S.: Devo a outros professores a reflexão que resultou neste post: Pato Papaterra, Alexander Christianini, Cristiano Nogueira, Rodrigo Mendes, Sandra Souza, Cristiane Magnani, Ana Paula Nunes e vários(as) outros(as). Todos os comentários, muito pertinentes, ajudam a (re)pensar esse dilema da heterogeneidade dos alunos.

ALUNOS LENTOS E RÁPIDOS NA MESMA CLASSE

 | avaliaçãocomportamentosala de aula

Disponível: http://revistaescola.abril.com.br/blogs/eja/2014/11/19/alunos-lentos-e-rapidos-na-mesma-classe/

Crédito: shutterstock
A heterogeneidade das turmas é a grande marca da EJA, o que para nós, professores, é um grande desafio. Há dois perfis de estudantes que, quando estão juntos, são especialmente complicados para o docente. São eles o lento assíduo e o rápido faltoso. Veja se os exemplos a seguir são familiares a você:
Jaqueline* é uma aluna que já domina certos procedimentos escolares e tem facilidade para compreender as propostas do professor. Ela é sempre a primeira a terminar as tarefas e costuma fazer isso com competência. Por essa razão, frequentemente fica sem nada para fazer em sala, esperando que os colegas terminem as atividades. O ritmo mais lento dos demais irrita a estudante, que não tem paciência para trabalhar coletivamente e acaba assumindo uma postura individualista. É comum vê-la mexendo no celular ou em revistas que nada têm a ver com as atividades. Jaqueline falta muito às aulas, um padrão que se repete há alguns semestres.
Já Francisca* foi alfabetizada recentemente e ainda está se acostumando com o mundo letrado. A dificuldade com a leitura lhe traz problemas para compreender as propostas dadas. Apesar do ritmo lento, consegue executar as atividades e o desenvolvimento dela é visível ao longo do semestre. A aluna nunca falta às aulas e sempre interage com os colegas, pedindo ajuda quando não encontra caminhos e buscando contribuir nos pontos que domina.
Estudantes como Francisca e Jaqueline são comuns nas salas de aula e coexistem nas turmas de EJA. Então, como lidar com essa disparidade de perfis?
Em minha classe, tenho alunos muito parecidos com as descrições acima – embora não com os nomes citados. Em uma proposta de pesquisa, decidi colocá-los juntos em um mesmo grupo de trabalho, com a intenção de que um estudante aprendesse com o outro e as diferenças entre eles se compensassem. Porém, a estratégia não funcionou.
As faltas de “Jaqueline” desestabilizaram muito o grupo e, quando presente, ela buscava resolver todos os problemas sem consultar o que já havia sido feito. O ritmo lento de “Francisca”, por sua vez, acabou contribuindo para atrasar o trabalho. Apesar de ter conseguido realizar algumas tarefas e de seu desenvolvimento ser notado, ela não completou a pesquisa. Quando o grupo estava completo, era atropelada por “Jaqueline”.
Diante desse cenário, cabe refletir: é justo avaliar alguém como Jaqueline – que não participa de todas as aulas e interage pouco com os colegas, mas dá conta das propostas – negativamente? E pessoas como Francisca – que se esforçam, mas nem sempre atingem os objetivos–, devem receber sempre uma avaliação positiva?
Você, professor, já deve ter se deparado com situações semelhantes. Como se organiza para lidar com esses dois tipos de estudante? Fale sobre sua experiência nos comentários. No post da semana que vem, vou contar o que eu fiz para lidar com a questão na minha turma e como consegui superar o problema. Não deixe de acompanhar o final dessa história!
*Os nomes são fictícios.