sexta-feira, 31 de outubro de 2014

PRIMEIROS SOCORROS: Conhecimentos importantes



Primeiros socorros: conteúdo importante
Aprender sobre como prestar assistência é algo importante na EJA, pois os estudantes passam por esse tipo de situações no trabalho, em casa ou em seus deslocamentos diários. Falar sobre como proceder nessas circunstâncias pode até mesmo ajudar a salvar vidas. Daí a importância de promover atividades como essa.
Não se trata de capacitar a turma a ser socorrista (o que seria impossível no tempo exíguo da EJA), mas sim de uma aula para informar sobre o que é adequado fazer ou não em cada situação. Uma maneira interessante de iniciar a discussão é pedir que os alunos relatem situações que já viveram e como se comportaram. Assim, com base nas experiências deles, pode-se discutir se a atitude tomada foi a mais correta, se poderia ser melhorada e se existem outras possibilidades. É preciso tomar o cuidado para que o tom não seja de repreensão, mas sim de entendimento e de análise da situação vivida em cada momento.
Alguns exemplos que já apareceram nessas aulas e de como encaminhamos a discussão:
“Uma vez queimei a mão em uma panela quente e imediatamente a pele formou bolhas”: a aluna relatou que isso aconteceu quando vivia em local isolado na zona rural e que a providência que sua mãe tomou foi passar gema de ovo sobre a pele queimada, o que aliviou a dor. Segundo ela, esse é um remédio caseiro muito usado na região onde cresceu. A médica explicou que a formação de bolhas é um sinal de queimadura de segundo grau e o alívio tem a ver com o resfriamento da pele queimada. No entanto, ela frisou que a gema pode gerar infecção na pele desprotegida; o mesmo efeito seria conseguido com água fria corrente, o que seria mais indicado. Não se recomenda usar pasta de dente, borra de café ou manteiga.
Um colega de trabalho levou um choque elétrico ao trocar uma lâmpada defeituosa: o estudante contou que ficou apavorado ao ver que o amigo estava grudado aos fios. Sua reação foi chutar a escada de madeira que o apoiava. Felizmente, a vítima não se machucou na queda e o problema foi resolvido. Sem recriminar o aluno que agiu numa situação de pânico, a médica ressaltou que a queda poderia ter consequências graves e que o mais adequado seria afastar os fios com um material não condutor, como um cabo de vassoura. Idealmente, deve-se tomar o cuidado de desligar a chave-geral ao realizar reparos ou, pelo menos, certificar-se sobre onde ela está.
Um menino teve uma convulsão no ônibus em que eu estavao estudante contou que as pessoas ao redor tiveram reações ambíguas. Enquanto alguns tentavam segurar o garoto, outros evitavam encostar nele por medo de “pegar” a doença. A médica esclareceu que o procedimento indicado é tentar deitar o paciente de lado, remover objetos ao redor que possam machucá-lo, proteger sua cabeça sem tentar segurá-la e não introduzir nenhum objeto na boca. Deve-se encaminhar o paciente a um serviço de saúde após a convulsão.
Esses foram apenas alguns dos exemplos que apareceram na discussão. A partir de narrativas como essas, pudemos conversar sobre situações que nossos alunos comumente enfrentam e como podem proceder.
Caso você não consiga convidar especialistas para ir à escola, sugiro que consulte sites ou livros que tragam informações sobre o assunto. O site do médico Drauzio Varella, por exemplo, aborda muitas dessas situações.



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